Andam todos preocupados com as guerras, com bombas, com vírus mortais e, esquecem que têm em casa a maior bomba atômica de todas, que lhes pode rebentar nas mãos, capaz de afastar, erguer muros invisíveis e dizimar famílias inteiras: sim esse retangulozinho chamado telemóvel. Essa coisa tão pequena que cabe na nossa mão, que foi criada para nos aproximar, está a fazer exatamente o oposto.
Aposto que já todos vimos famílias inteiras numa mesa de restaurante, cada um preso nas suas redes sociais em vez de conversarem e trocarem ideias sobre assuntos importantes da família? Hoje, se não tiverem um tlm na mão, as pessoas já não sabem conversar ficam sem assunto e acabam por ficar em silêncio absoluto.
Reparem nos casais que se distanciam por falta de diálogo, no numero de inseguranças que se criam, porque é mais importante explorar perfis de quem supostamente lhes causa algum interesse físico, ou ver pequenos vídeos que substituem abraços, conversa ou troca de mimos tão essenciais para solidificar o amor e a cumplicidade entre casais e pais e filhos. E até mesmo na intimidade, onde o carinho e a atenção são interrompidos por notificações e mensagens_ que vão alterando a cumplicidade do momento e quebrando com toda a magia que deveria existir.
Hoje já não se criam memórias de família porque está tudo mais interessado no que o outro postou ou nos corpos seminus ou nos mais ginasticados, ou na ultima receita de nutrição... e assim se vão desfazendo os laços reais.
As crianças aos 3 anos já usam tlm como se fossem adultos....o cérebro não tem lugar a descanso porque passam horas e horas a receber informação
Somos bombardeados por tanta informação que o nosso cérebro cansado, desliga-se das coisas essenciais para dar valor a coisas ditas como se fossem verdades absolutas, e os afetos do meu tempo tornaram-se numa miragem.
Temos de admitir que o telemóvel, é algo fantástico se usado com cabeça e controle.... Mas infelizmente ele também tem o poder de criar muros invisíveis, distancia-nos de quem amamos e tira-nos a vontade de estar perante o outro, porque as relações reais enfraquecem-se enquanto as artificiais ganham vida.
A verdade é que a tecnologia deve ser uma ferramenta de união, e não de separação. Pensem nisso.... Devemos ter as prioridades bem definidas e se alguns são felizes com o mundo virtual, está tudo certo...desde que não perturbem quem prefere a realidade dos afetos.
Sejam felizes
Ana Luar*