Ah, eu sou ciumenta! Admito, não sou obsessiva até porque sou extramente respeitadora do espaço do outro e nunca na minha vida as escondidas toquei no telemóvel de alguém que tivesse amado, ou a ouvir as conversas etc.... Morria de vergonha se fosse dessas mulheres, jamais o faria!... NÃO, não mesmo!! Mas não sou perfeita, também tenho ciúmes e as minhas cenas loucas. Confesso que, de vez em quando, o ciúme até parece um tempero — uma pitadinha só, aquela birrinha que passa com um beijo ou um Eu Te Amo. Mas, ás vezes fico com dores de estomago de tão forte que bate o ciúme.
Aquela neura que mói por dentro quando os vemos sorri para o lado, e o lado tem cabelos perfeitos, riso com a dentuça todinha alinhadinha, branca como a neve e, claro, aquela roupa num corpaço que só diz “lambe-me toda com o olhar”. Ou porque temos um homem que é dos extremamente simpáticos e charmosos e que espalham charme por todo o lado que passam. Por muito controlada que eu seja a minha cabeça entra num looping interminável de “ este parvo faz isto tudo na minha cara imagina fora de mim” A sério é hilariante perceber que de repente ganho uma criatividade vinda nem sei de onde e todos os detalhes importam: o olhar, o tom da voz, a distância entre os dois. E lá fico, com um sorriso forçado umas trombas de metro e meio, com uma ansiedade maluca e uma pequena novela mexicana a ser escrita na minha cabeça.
Mas verdade seja dita que o amor seria uma valente seca sem esta pequena dose de ciúme. A adrenalina começa a subir e fico tremula entre pensar em controlar-me ou deixar a ira sair e dizer tudo como os malucos. Costumo dizer que se tenho ciúmes é porque te amo, mas a verdade é que digo isso só para não dar aquela resposta bruta de passivo-agressiva. Porque, sejamos sinceras, todas nós já sentimos ciúmes seja de quem for: “Ah, estavas tão entretido que cheguei a pensar que nem tinhas percebido o que falei”? Um clássico!
Mas irritante mesmo é quando eles dizem "amor se sentes ciúmes é porque não confias em mim". Oh parvo eu confio em ti mas não é para sorrires a todas as cuzudas que passam, senão puxo o meu decote e deixo que se lambam com o meu decote e quero ver se confias em mim na mesma medida que me pedes para confiar em ti. Ah, e quando o som das notificações surge á noite umas atrás das outras e pensamos: "Pronto, é agora que a novela vira tragédia e alguém vai ter de morrer!"?
Mas, no fundo, é tudo uma grande comédia minha. Porque a verdade é que o ciúme é só um personagem de humor ácido que ora me faz rir (ou chorar) da própria situação. Depois caio em mim e percebo que o verdadeiro inimigo não é a terceira pessoa imaginária, mas uma certa insegurança que nasce de coisas que fui vivendo com outras pessoas e que faz com que se torne difícil confiar em alguém.
Mas sinceramente já cheguei á conclusão: “Se ele não vê o que tem aqui, azar o dele, Deus diz para amar o próximo e eu não me farei rogada!” Porque, garantidamente eu nunca fui uma louca ciumenta e não vai ser agora que me vou tornar até porque tenho uma habilidade especial em controlar as minhas fúrias. E para ser sincera, quando o ciúme acalma fica aquela sensação boa de confiança e o amor parece que aumenta para algo ainda mais delicioso e só quero "fazer bebés" a noite toda. :)