Sempre achei que era uma mulher feita de amor. Tenho em mim um mundo de afetos que poucos conseguem visualizar ou apreciar e poucos terão a oportunidade de sentir. Hoje em dia as pessoas são frias, vivem demasiado empenhadas no dia a dia rotineiro e esquecem-se de viver, de dar atenção a coisas que nos engrandecem e nos tornam melhores, tais como os afetos.
Vivo com a consciência de que, neste mundo apressado e insensível, são os pequenos cuidados que fazem a diferença. Um sorriso inesperado, uma palavra doce, um olhar de compreensão, um abraço de encorajamento, um : Força tu és capaz! — são esses detalhes que tornam a vida mais leve, mais bonita.
O meu coração é um lugar desses, onde os afetos encontram morada, onde o amor se expressa nas mais diversas formas sem nunca me tornar intrometida. Acredito piamente que são os afetos que nos engrandecem, que nos fazem crescer como seres humanos. São os momentos de carinho, as palavras de incentivo, os abraços apertados e os sorrisos genuínos que nos tornam melhores. É triste perceber que, muitas vezes, esses gestos são vistos como fraquezas ou como perdas de tempo.
Mas quando olho á minha volta, vejo as pessoas numa pressa constante, onde a superficialidade das relações humanas se torna a norma. A correria do cotidiano parece anestesiar as pessoas, e faz com que esqueçam do que realmente importa.
Independentemente da correria dos outros, continuo a acreditar no poder dos sentimentos. Continuo a viver e a amar intensamente, mesmo sabendo que poucos conseguirão entender a profundidade do que ofereço. E, ainda assim, mantenho a esperança de que, um dia, mais pessoas despertarão para a beleza de uma vida vivida com o coração aberto.
Sejam Felizes!
Ana Luar Vaz*